terça-feira, 30 de julho de 2013

Beleza e cobrança

Acabo de ler uma entrevista da Paolla Oliveira na Marie Claire. Entre tantas outras coisas, ela diz que a crise dos 30 ela teve aos 28, e que agora aprendeu a se aceitar como é - de coxa grossa, nada magrela, sem cabelo escorrido... Se a protagonista da novela das 21h, símbolo de beleza, passa a ser mais segura de si aos 30 e ainda assim se sente cobrada o tempo todo, me sinto mais tranquila com as minhas próprias neuras!

Não me lembro de ter tido grandes problemas com a minha aparência. Tinha meus grilos, me achava feia, mas aceitava que a vida era assim: uns bonitos, outros feios. No stress. A primeira sensação de inadequação aconteceu quando entrei na universidade: pela primeira vez na minha vida estava em uma sala de aula sem outra pessoa negra. Eu era a diferente (com o tempo outros e outras pintaram, mas na maioria das aulas era só eu). Mais tarde, a minha tranquilidade a respeito do meu peso também se foi, com a mesma velocidade que os 30 se aproximavam e esse assunto se tornou onipresente em qualquer rodinha de amigas. 

Quando descobri o câncer, aos 29, estava super bem-resolvida com minha aparência, amando muito meu cabelo, minha pele um tanto oleosa, e meu peso acima do adequado. Mas a doença foi um soco na minha autoestima. O tempo de internação me deixou horrorosa: em cinco dias, sem conseguir tomar banho, sem poder eu mesma pentear os cabelos e etc, minha pele ficou grossa de oleosidade, me sentia fedorenta, mais gorda, e o pior, meus cabelos tão embolados que ficaram como um "cobertor de mendigo". Na época, estava no ar a novela "Araguaia", e para me reafirmar e reconhecer, mostrava para a equipe médica o cabelo da Raquel Villar e dizia: "É assim que eu sou de verdade. Essa aqui não sou eu".


Impressionante como a beleza é fundamental - ou melhor, se sentir bonita é fundamental. No momento de maior fragilidade que já passei, eu precisava me reafirmar como a pessoa bonita que eu levei tanto tempo para reconhecer. Na verdade, esse revés me fez ter mais amor por mim, a ressaltar o que tenho de mais bonito fisicamente falando. Aliás, foi por causa do tumor que tomei coragem e fiquei loira!

***

Mas, ao contrário do que diz muita gente, ter câncer não transformou a minha vida milagrosamente. Continuo na luta para emagrecer, e não é simplesmente por um padrão: é porque não me reconheço nesse corpo. Me olho e vejo uma estátua africana de fertilidade... E a ironia é não me reconheço na imagem e menos no simbolismo: pareço uma deusa da fertilidade e nem quero ter filhos!



Então quero voltar a me reconhecer. A receita: dieta, balé, academia e corrida. Vamos ver qual será! Nunca vou ser magrinha, assim como a Paolla Oliveira: tenho coxa, bunda, quadril, peito. Sou negra e meu corpo não nega minha negritude. É assim que sou e me amo - ainda que sempre queira fazer uns ajustes, rs

sábado, 8 de dezembro de 2012

Oito de Dezembro

Há dois anos, a esta mesma hora, eu era só ansiedade e incerteza. Em um quarto de hospital, com o Marido, só cabia a mim esperar. Esperar por ordens, notícias, orientações, visitas, esperar pelo melhor. Há dois anos, a esta mesma hora, eu dava entrada no hospital para passar pela coisa mais assustadora que me aconteceu: um cirurgia de pelo menos 4 horas para a retirada de um câncer no pulmão e uma parte dele.

Sim, lá se vão dois anos, e parece que foi ontem que precisei pedir um calmante para conseguir falar palavras inteiras, sem engolir nenhuma letra, de tanta ansiedade. Parece que foi ontem que a Camila Laudano e a Andrea Uchôa entraram no quarto com um balãozinho de coração metalizado, um jarro de lírios e um cartão com os melhores desejos de toda a equipe do Núcleo de Imprensa (nada disso pôde ficar no hospital, mas estava tudo me esperando no quarto quando voltei pra casa). Parece que foi ontem que entrei em uma sala de cirurgia deixando minha família inteira do lado de fora, com a cara mais apreensiva do mundo. E levando em consideração que tenho 31 anos e pretendo viver mais uns 60, foi ontem mesmo...

Desde então (para ser mais precisa, desde 28 de outubro de 2010, dia do diagnóstico de tumor carcinóide atípico moderadamente diferenciado no pulmão), minha vida mudou um pouco. Nunca fiz tantos exames de sangue na vida - e nem assim perdi o medo das agulhas; e tomografia agora é como tomar remédio para dor de cabeça. Agora aprendi que é legal se deixar cuidar, mesmo mantendo a mania de tomar conta de tudo e se meter na vida de todos. E a melhor parte: ganhei mais um dia para celebrar um aniversário, coisa que amo!

Sim, porque considero 8 de dezembro de 2010 um segundo aniversário - coincidentemente, no ano que marca, segundo a astrologia, o retorno de Saturno, o fim de um ciclo e o recomeço de outro (até falei disso no primeiro post deste blog). O Renato Russo cantou bem isso em "29", do CD "O Descobrimento do Brasil". Acho que foi o recomeço mais bem marcado que já tive, e os próximos não precisam ser pelo mesmo processo... 

O Marido acha que não devo ficar com essa data marcada - este ano, ele me perguntou se eu ia comemorar isso todo ano. Às vezes entendo o ponto de vista dele, que convive comigo todo dia, e sabe que nem sempre as lembranças do câncer a da cirurgia me fazem bem. Mas acho que revestir esse dia de alegria pelo resultado positivo vai deixá-lo cada vez mais uma memória mais para boa que para ruim. Sim, porque me lembro da incerteza, da falta de controle sobre o que ia acontecer comigo, do medo de morrer na cirurgia, da internação longa e dolorosa, do período de recuperação mais doloroso ainda (e de como enlouqueci a vida do Marido)... Mas me lembro muito mais de entender que, a partir daquele dia, daquele tumor eu não morreria mais. E a cada ano comemorado, me lembro que é menos um de ameaça - quando chegar no quinto, estarei oficialmente curada e de alta!

Até lá, vou oscilando entre a certeza de que estou bem, porque não estou sentindo nenhum sintoma da metástase específica deste tipo de câncer (síndrome carcinóide), e o medo de que algum tumor esteja aparecendo, já que da primeira vez não senti nada também. Mas quer saber? Os momentos de certeza de estar bem estão ganhando agora, e é isso que importa. E o que vale mesmo é comemorar mais um ano de vitória!


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Projeto "in treatment"

Tá bom. Mais uma vez estou com medo. Há dias com uma sensação de apatia que me impede de fazer as coisas mais simples em casa. Paralisada. Em dezembro, mais uma leva de exames. E depois de tanto tempo, bateu um terror de acontecer tudo de novo: diagnóstico, medo, cirurgia, recuperação, exames, exames, exames sem parar. Hoje me dei conta do motivo. Há dois anos, quando desvobri o câncer, tinha acabado de voltar de uma viagem maravilhosa, muito sonhada e planejada, estava vendo o mundo cor de rosa, e poucos dias depois estava com câncer. Acho que minha cabeça viu uma repetição: acabo de voltar de uma viagem maravilhosa, muito sonhada e planejada, estou vendo o mundo cor de rosa... Por que não vai acontecer a mesma coisa?

Me sentir assim, à beira da depressão, é muito ruim. Paralisante. Nâo combina comigo. Quando tudo passou, fiz uns meses de terapia. Foi ótimo, me sentia muito bem, mas cansei. Mas, tenho que reconhecer: ter essas oscilações de humor são normais na minha condição - e em tantas outras, mais ou menos graves.

Por isso, tive uma ideia: todo mundo já viu no Facebook aquele post "se vc conhece alguém que está lutando contra o câncer, venceu, ou perdeu a luta, deixe isso uma hora em seu mural". Parece confortante para quem está passando pela doença. Para mim não é! Mas foi útil porque a partir disso, pensei como seria bom saber de outras pessoas o câncer ou outras doenças graves, para saber se eu tô ficando maluca, se só eu penso coisas malucas, tenho crises de raiva, de tristeza, de culpa... Por que não no blog? E com ajuda do Facebook?

Fica aqui o convite: se vc está passando, ou conhece alguém que está passando por essa situação, que  queira trocar experiências, é só dar meu blog. Vou abrir espaço para diversos guest posts para quem quiser compartilhar com todos, ou apenas trocar ideias in private.

Tomara que dê certo. Conto com os amigos, parentes, amigos dos amigos e todo mundo...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

No topo, bebendo vinho e testando o pulmão!


A quase três mil metros de altura, me dei conta de que realmente posso tudo. Por uma semana inteira eu e o Marido estivemos na Argentina, em Buenos Aires e Mendoza. Esta viagem era um sonho que se transformou em um plano há um ano atrás. E ao chegar ali, em uma das montanhas da pré-Cordilheira dos Andes, com muito sol e frio também, vi que não era uma doença que mudaria quem eu sou, meus desejos e minha vontade de me aventurar. Essa foi a prova de fogo para meu pulmão sem um pedaço, porque mesmo com ar rarefeito, esforço, um pouquinho de perda de fôlego e medo ele se saiu muito bem e me levou a uma das paisagens mais impressionantes onde já estive.

Quando decidimos ir à Mendoza, a única ideia que tínhamos eram vinhos, vinícolas e a imagem da Cordilheira dos Andes. A ideia da viagem começou com a nossa paixão por vinhos, e Mendoza é a principal região produtora argentina, de onde vêm 80% dos vinhos do país e que ocupavam uns 50% da adega aqui de casa. Mas, à medida que fui avançando nas pesquisas, fui descobrindo mais encantos desta cidade: um deserto que virou um oásis tem programas para diversos perfis, inclusive aventuras radicais. Mostrando tudo para o Marido, ele gostou e sugeriu que fôssemos também a Buenos Aires. Fiquei animadíssima com essa empreitada!

Em Buenos Aires foram longuíssimas caminhadas por essa cidade linda, limpa, com gente muito simpática e receptiva (ao contrário do que reza a lenda, os hermanos ficavam ainda mais simpáticos quando sabiam que éramos brasileiros...). Almoços com carne deliciosa, muito dulce de leche no café da manhã e no Café Tortoni, sorvete, empanadas.... Ainda bem que andamos muito, se não tinha voltado rolando de lá! E ainda teve açgo incrível: fizemos carinho e demos leite a um leão no Zoo de Lujan!



Na noite do nosso aniversário de casamento (sábado, 22/9), fomos assistir a um shoe de tango no Café Tortoni. Lindo, intimista, nada daquele estilo "Show de Mulatas do Plataforma" que andei vendo por aí. Só um cantor, uma banda com quatro músicos e um casal de dançarinos. Ao chegar, fomos para nossa mesa, onde já havia uma dupla de senhoras - depois soubemos que eram mãe e filha. Pensamos se falávamos ou não com elas, e decidimos pedir uma garrafa de champagne pra brindar nosso aniversário e oferecer uma taça a elas. A decisão foi mais que acertada! María Julia e Toti tinham ótimo papo, muita simpatia e eram moradoras de Mendoza! O encontro nos rendeu um convite para um jantar maravilhoso na casa delas, marcado por e-mail para a quarta-feira.

Chegamos à casa da Toti, a mãe, e fomos recebidos por Cecilia, uma irmã da Julia. A família toda nos aguardava: um outro irmão da Julia, a mulher dele e os dois filhos, Gonçalo e Sabrina. Os dois lindos! O Gonaçalo estava louco para nos ouvir falar português, porque é fão do Hulk e do Cristiano Ronaldo, além de adorar "Ai, se eu te pego" e "Tchetcherere" (nem tudo é perfeito, rs). Tivemos que falar e cantar essas músicas para ele. Foi uma noite mais que agradável, todos muito curiosos sobre o Brasil, com deliciosas iguarias típicas argentinas, um cuidado amorosíssimo da María Julia. Foi a coroação de uma viagem deliciosa, com um inesperado impensável! Voltamos de lá com amigos fora do Brasil...

Em Mendoza, além de novos amigos e trekking na cordilheira, tivemos dias recheados de vinho e almoços deliciosos nas vinícolas! Também fizemos uma aula de culinária maravilhosa - sem dúvida, nossa melhor refeição em solo argentino... E muito romance, claro, que era uma viagem comemorativa de cinco anos de casados! O saldo são duas pessoas com mais bagagem cultural, mais conhecimento, muitas garrafas de vinho na bagagem (que chegaram intactas!), e mais felicidade!

Nossa primeira viagem internacional, com boa comida, vinho, aventura, cultura e muito romance!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Perdas, ganhos, reconquistas

Fuém, fuém, fuém.... Meu terceiro dia de férias poderia ter sido assim. Mas tudo na vida é ter um plano B. E mais uma vez, uma prova de que planejamos apenas para nos manter na sanidade; realizar os planos depende de um conjunto de coisas, e a vontade / determinação é apenas um elemento. Hoje seria meu primeiro dia de praia das férias. Qual o quê (adoro essas expressões velhas)! Dia sem sol. Poderia ter ficado reclamando em casa, mas qual a graça disso?

Livro e filme fizeram o meu dia bem melhor do que eu poderia imaginar.

Biblioteca Pública da Tijuca. Um senhor que parecia saído de um filme é o atendente. Muito simpático, feliz quando eu falei que iria me inscrever e já pegar livros! Fui atrás de uma Marian Keyes e um Mia Couto (tudo a ver um com o outro, né? Só que não): o que tinha dela já li; os dele, não consegui achar na estante. Mas dei de cara com "a máquina de fazer espanhóis", do valter hugo mãe - ele escreve e assina em minúsculas mesmo. Estou encantada e envolvida com a história: um velhinho perde sua companheira de toda a vida e é levado para um asilo. Só cheguei até aqui. Mas o jeito que ele escreve pega o leitor.

"estávamos escondidos de todos, eu e a minha mulher morta que não me diria mais nada, por mais insistente que fosse o meu desespero, a minha necessidade vital de respirar através dos seus olhos. a minha necessidade vital de respirar através do seu sorriso. eu e a minha mulher morta que se demitia de continuar a justificar-me a vida e que, abraçando-me como podia, entregava-me tudo de uma vez. e eu, incrível, deixava tudo de uma só vez ao cuidado nenhum do medo e recomeçava a gritar."

Belo. Tocante. E mais bonito ainda é saber que ele escreveu uma história de um velhinho porque o pai morreu antes da terceira idade: um presente dele para o pai.

Comecei a ler na volta do cinema, fui ver um filme que também fala de perdas e encontros. E como se trata de mim, não foi uma simples ida ao cinema: foi uma "viagem" a Guadalupe! "À beira do caminho", do Breno Silveira, estreou há um mês e passa em apenas três salas no Rio e Região Metropolitana. Em horários estranhos. Escolhi 13h no Multiplex Jardim Guadalupe Shopping - um shopping novo na Avenida Brasil.

(Só um comentário: o shopping é lindo, grande, com lojas bem legais, e o cinema... Bem, é maravilhoso! Grande, poltronas superconfortáveis e uma tela gigante! Hoje, a entrada custava módicos R$7. Valeu muito a visita!)

Aguardei esse filme ansiosamente, desde que comecei a ler a respeito. Um caminhoneiro solitário que esconde um passado que gerou essa solidão encontra um menino escondido em seu caminhão. O garoto quer ir pra São Paulo atrás do pai que nunca conheceu, agora que a mãe morreu. Tudo guiado por algumas músicas de Roberto Carlos. O final ao som de "Eu voltei, agora pra ficar..." é a coisa mais linda. Ao longo do filme, mesmo sem saber nada do que fez João, o caminhoneiro, ficar desse jeito, a gente sente o sofrimento dele. Mérito do diretor, mérito do excelente ator (João Miguel). O menino também gera um amor instantâneo, com seus olhos profundos.

Não sou profunda conhecedora de cinema, sou mais curiosa mesmo. Mas achei muito bom cartelar o filme com frases de parachoques de caminhão. Lindo como a paisagem da estrada traduz o estado de espírito de João, um homem orpimido por si mesmo, rodando entre aridez, paredões rochosos, poeira... Como essa paisagem vai mudando ao longo do filme. Talvez seja um lance óbvio, mas não achei.

Muitas perdas e encontros ao longo da estrada. Uma história de vida como tantas outras, com mais ou menos tragédias. Sou manteiga derretida, ok, mas duvido que alguém consiga conter as lágrimas, ou pelo menos uma marejada nos olhos, quando João volta à casa da mãe e assiste um VHS antigo com uma gravação doméstica. Ou que não se emocione com a sequência final.

Tudo isso visto por 5 pessoas: eu e dois casais. Dia de semana, 13h. Só para quem está de férias mesmo.

***
Um dia cheio de idosos.
Amanhã, 13/9, seria aniversário de 90 anos do meu avô.
Ele morreu há quase 6 anos: a primeira grande perda da minha vida.
José Maurílio foi um self-made man: criou seu próprio sobrenome, que vai morrer aqui, com os netos que conviveram com ele - uma vez que só teve filhas. Do nada, da roupa do corpo e da força, criou três filhas e apoiou nove netos. Construiu duas casas. Ao contrário de João, do filme, não fugiu diante da dor, e sim se reinventou. Olhou só para frente. Acho que ele foi feliz, afinal, só nos deu felicidade, e as pessoas espalham o que sentem, certo?
Avô, é em honra a você que mantive o Maurílio no meu nome depois de casada.
Amanhã vou brindar aos seus noventa anos, afinal de contas, você vive em nós.





terça-feira, 14 de agosto de 2012

"No creo en las brujas...

...pero que las hay, las hay". Essa é uma das frases que mais gosto! Acho que me descreve bem. Ao longo dos anos, passei de carola que ia à missa todos os domingos, participava de grupo jovem e todas as outras atividade da igreja para alguém que tem quase aversão à religião. Mas continuo devota de Nossa Senhora das Graças e rezando quase todas as noites. Questões sobrenaturais? Me causam mais desconfiança que credulidade. Jà falei um pouco disso por aqui, e hoje retomo o tema. Afinal, acho que todo mundo se pergunta um pouco sobre o que existe além da vida que vivemos.

Me lembrei disso hoje, pensando na minha avó Alfa, que morreu há dois anos (completados em 22/7). Nos seus últimos dias, por algumas vezes ela delirava um pouco, meio sonhando meio acordada. Confundia minha mãe e meu pai com parentes seus do passado, como a madrinha. Sempre parecia conversar com essas pessoas. Em uma dessas conversas, ela disse, muito triste, quase chorando: "Não, isso não! Eles estão tão bem!". Confesso que quando minha mãe me contou isso achei que tinha algo a ver comigo.

Minha avó era muito grudada comigo. Ao longo da minha vida fez até algumas maldades comigo em nome desse amor. Não tenho mágoa nenhuma, e quando ela morreu, o que ficou foram só as coisas boas. Quando eu soube dessa história da frase, senti que tinha algo a ver comigo, até por esse grude. Mas não acehi que fosse uma previsão, um pressentimento, uma conversa do além... Mas eu fiquei com isso encasquetado.

Pois bem, quando em outubro de 2010, três meses após a morte da minha avó, começou todo o processo do diagnóstico do câncer, desde a primeira vez eu tinha certeza que era sobre isso que a minha avó falava no delírio. Por outro lado, também poderia ser uma coincidência. A verdade é que nunca vou saber disso. A não ser no dia que eu morrer, se houver um outro lado claro, e encontrar meus familiares.

***

Nas últimas duas semanas tenho sentido muito saudade da minha avó... Lembro de como ela ficou fragilzinha nos últimos meses de vida, no tanto que reconheceu seu erros, no balanço que fez da vida, pedindo desculpas pelos erros. Espero que ela tenha morrido em paz. Minha melhor amiga a vida toda, Ana Paula, diz que ela foi abençoada porque morreu dormindo. Espero que não tenha sofrido e que essa morte tranquila seja reflexo de uma tranquilidade que ela controu na vida, masmo que nos últimos dias.

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Aproveitando o tema, vou contar aquela minha esperiência fora do corpo, que falei há alguns postas atrás. Tive um desmaio fazendo exercícios em um acampamento. Durante o tempo em que fui socorrida, fiquei flutuando uns dois metros sobre a situação. Não fiquei aflita, não tive estranhamento, nada. Só tentava falar e não conseguia. Até que, como se eu fosse água descendo pelo ralo, voltei para o corpo.

Só digo uma coisa: foi estranho. E lembrar disso não diminui minhas dúvidas...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Pausa para momento mulherzinha!

Hoje que me dei conta que ainda não tinha rolado nenhum momento futilidade nesse blog! Vamos equilibrar e falar um pouco de uma das coisas que mais gosto: cosméticos!

Como ando em um período de contenção de gastos - promessa de ano novo que venho cumprindo a trancos e barrancos! - tenho controlado a mão com esmaltes, batons, blushes e afins... Mas como não sou de ferro, o trato comigo e com o Marido foi assinar uma dessas caixinhas de miniaturas de produtos de beleza. Essa é a invenção do século! A primeira experiência foi ruim com a Glossybox: começou com produtos legais em miniatura, depois começou a repetição de sabonetes, o atraso das caixinhas e, por fim, a substutuição de miniaturas por amostras grátis! Desisti.

Daí ouvi falar superbem da Glambox, com curadoria da princesa Paola da Orleans e Bragança, que trazia marcas top, com miniaturas de verdade e pelo menos um produto em tamanho real. Por R$ 50 ao mês achei um bom negócio e resolvi testar. Que boa escolha! Hoje chegou minha primeira caixinha, com seis produtos, sendo 4 em tamanho real: um esmalte lindo da Revlon, que vi ontem em promoção a R$9,90; um lápis preto com esfumador Duda Molinos (R$28); um demaquilante para os olhos Koloss (R$16,80) - só esses valores já cobrem a assinatura -; e ainda teve um mimo pro Marido: um sabonete de barbear da Granado (R$4,50). Entre as miniaturas, um L'Occitane - que eu am -, gel pra banho com três óleos essenciais (looooosho!) e um tratamento para os cabelos Morocconoil.

Pra mim valeu muito! Muita gente diz que não valeria tanto porque dá pra pegar esses R$ 50 e comprar o produtinho que quiser. Mas a vantagem de experimentar coisas que eu não compraria me atrai, além de "ganhar" surpresas que eu gosto... Ah, gente! Funciona no meu psicológico e eu me sinto muito bem - recomendo! Vou aguardar mais um ou dois meses, e se continuar nesse padrão, vou fazer uma assinatura anual, em vc paga 10 caixinhas e recebe 12 - que beleza, hein? Fora que cada avaliação que vc faz dos produtos no site gera pontos, que vc pode usar para comprar os produtos em tamanho real.

Não tô ganhando nada por isso, mas dá uma olhada lá no site e experimenta, mulherada! É só clicar no link do texto - ai, como eu tô bacana...

PS: Como é o destino... Ontem, quase comprei o esmalte da Revlon em promoção que vi na farmácia do Extra a R$10. E hoje ganho um na caixinha. Que bonito!